quarta-feira, 22 de julho de 2015

Cartilha do Médium: mandamentos para um trabalho na Umbanda

Cartilha do Médium: mandamentos para um trabalho na Umbanda
Imagem: Reprodução / Google
Muito se vê por aí sobre a Cartilha dos Médiuns Umbandistas. Tem até um livro do Norberto Peixoto com esse mesmo título (que ainda não tive a oportunidade de ler) mas que imagino ser excelente. No entanto, como tudo que eu faço por aqui leva uma opinião minha e/ou dos Guias que me orientam (mesmo nos textos com as fontes citadas), vou criar uma "cartilha" com sete princípios básicos, algo que penso ser essencial para qualquer casa, dentre "tantas Umbandas" da nossa linda Umbanda.
Como sempre, já deixo uma advertência: essa é uma verdade pessoal, não pretendo que seja universal.

Amor
Amor antes de caridade, sim. Porque uma hora a gente pode se sentir cansado. Porque uma hora a gente pode se sentir inútil e desnecessário, mesmo não sendo. E caridade pode ser prestada fora da Umbanda, de outras formas, mas só o amor nos mantém vivos na religião. Amor à Deus, aos Orixás, aos Guias maravilhosos que nos acompanham em nossa vida. Amor pelo nosso terreiro, pelo branco que se veste, por tudo. É o amor à Umbanda, acima de qualquer coisa. Estar na religião por obrigação ou medo de castigo das entidades não faz de ninguém um bom médium.

Caridade
Gostar de fazer o bem. Se doar com prazer para ser um instrumento da bondade e caridade dos Guias. Depois da gira sentir fome e cansaço pela drenagem energética mas se sentir em paz, de bem consigo mesmo e certo de que através de si, da sua doação energética, as entidades puderam ajudar muitos irmãos em situações adversas que precisavam de amparo.

Humildade
Não se sentir melhor que os outros por estar fazendo este trabalho, não sentir arrogância ou vaidade. "Sua entidade" não é mais poderosa que a de outro médium. "Sua entidade" não está aí para fazer espetáculo para ninguém. Contar vantagem sobre os feitos da "sua entidade" não engrandece a entidade, engrandece apenas o seu ego. Dentro de um terreiro, você faz o seu trabalho. Respeite o Orixá e o Guia chefe, respeite as regras e a hierarquia.

Estudo
Estude sempre. Escute o Guia, leia um livro. Reúna todo o conhecimento que puder sobre sua religião, mas principalmente, aprenda com os teus Guias. Alan Barbieri fala: aprenda sobre seu Guia a partir dele mesmo, não adianta buscar a essência do Guia em outro.
Além disso, estude as ritualísticas (inclusive as de outros terreiros), conheça outros terreiros e formas de trabalho, não há mal nenhum em visitar outras casas desde que seja feito com respeito e cuidado. Absorva ensinamentos diversos. Busque compreender a religião e não apenas aceitar tudo como é. Pergunte, não se satisfaça com meias palavras. Aprenda com os que sabem mais e ensine aos que sabem menos. Saiba compartilhar.

Confiança
Confie em si mesmo, nos Guias que te acompanham e no terreiro que você faz parte. Se você não tiver plena confiança em seu terreiro e em seu sacerdote, peça licença e procure um que você se sinta completamente à vontade para exercer seu trabalho. Dentro da normalidade e da lei de Umbanda, não existe terreiro bom ou ruim; existe o terreiro certo para você, que suas energias se afinizam.

Responsabilidade
Você é o responsável pelo seu atendimento. Busque sempre estar "bem conectado" com os Guias para não haver interferências na comunicação com o consulente. Desligue-se de seus problemas, integre-se no Todo da Criação, esforce-se para isso. Seja responsável também com as tarefas que lhe são dadas, nos horários e preceitos.

Reforma Íntima
Você, e apenas você, é responsável pela sua própria evolução; Guia ajuda quem quer ser ajudado. Reveja valores, medite sobre suas condutas.
"Devemos reconhecer e compreender nossas imperfeições para que possamos desenvolver nossas virtudes. Só dependemos de nós mesmos, pois o desenvolvimento espiritual é um caminho a ser trilhado individualmente".
A Umbanda não espera que ninguém seja perfeito, mas a evolução deve ser buscada. Deve-se estar alinhado com o propósito da própria Umbanda, da melhora interna de cada um. Acima de tudo, viver seus ensinamentos dentro e fora do terreiro.


São estes. Acredito que sejam essenciais para um bom trabalho, todo o resto pode ser alcançado aos poucos, ajustando aqui e ali o que se faz necessário para a casa que se trabalha.
Cada um tem um tipo de mediunidade, cada um tem uma energia específica, cada um tem o Orixá que rege. Tudo pode e deve ser melhorado, respeitando sempre o ritmo de sua própria evolução e entendimento. O importante é nunca desanimar; contar que a espiritualidade vai te ajudar a alcançar bons resultados, mas estar ciente que tudo começa em você e no seu esforço pessoal. 
Orai e Vigiai.

Paz e luz!

2 comentários:

  1. Cris, gostei muito da sequência colocada aqui, realmente este é o caminho. No primeiro parágrafo complemento com o amor próprio, pois se você não consegue SE amar, é muito difícil amar ao próximo.
    Parabéns pelo texto

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